Empreender e Teologar

"A convergência de dois olhares específicos em prol do bem comum"


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MINHAS INSÍGNIAS EPISCOPAIS

   

Do profeta e irmão dos empobrecidos, excluídos e injustiçados

Pedro Casaldáliga

MINHAS INSÍGNIAS EPISCOPAIS

Pedro Casaldáliga

A MITRA

mitra

Será um chapéu de palha sertaneja

O sol a lua

A chuva o sereno

O pisar dos pobres com quem caminha

E o pisar do glorioso Cristo, o Senhor.

O BÁCULO

baculo

será a verdade do Evangelho

e a confiança de teu povo em ti

O ANEL

anel do bispo

Será a fiel e Nova Aliança de Deus Libertador

e a lealdade para com o povo desta terra

Não terás outro ESCUDO

escudo do bispo

Que não seja a força da esperança

e a liberdade dos filhos de Deus

Não usará outras LUVAS

LUVAS

que não seja o serviço do Amor

Lema para sua atividade pastoral:

“Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar.”

pedro

 Fonte: http://www.prelaziasaofelixdoaraguaia.org.br/poesias_pedro.htm


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Os afastados da Igreja são os convidados VIP

Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, na nossa instituição paroquial ou na nossa instituição diocesana, quando há tanta gente esperando o Evangelho!”

 “Não se trata simplesmente de abrir a porta para que venham, para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar.”

“Incitemos os jovens para sair. Vão certamente fazer asneiras… não tenhamos medo! Os Apóstolos fizeram-nas antes de nós.”

“Incitemo-los para sair. Decididamente pensemos a pastoral a partir da periferia, daqueles que estão mais afastados, daqueles que habitualmente não freqüentam a paróquia. Eles são os convidados VIP.”

                                                                          Papa Francisco


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Mensagem: Serviços e Ministérios, Catequistas e Seminaristas.

Por ocasião do dia nacional do Catequista, 25 de agosto de 2013

Érika Domingo Teixeira Cavalcanti

Hoje celebramos um dia especial, pois é o dia de todos nós, leigos e leigas, Seminaristas, Catequistas entre tantos outros Serviços que são realizados na Igreja de Cristo. Enfim de todos os irmãos que dedicam sua vida ao Senhor Jesus!

Pensei numa mensagem especial, para este dia, ai me lembrei do nosso principal representante de Cristo, a nossa santidade o Papa Francisco!

O Papa escolheu o nome Francisco, para ser um exemplo de vida em Simplicidade e Serviço , como  São Francisco de Assis.

A Oração de São Francisco de Assis, já inicia com a frase que mais representa esta data…

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Todos nós somos chamados a ser esse instrumento, não porque estamos na onda “PAPA FRANCISCO”, sim nós precisávamos desse empurrãozinho, um Papa com nossa cara, visionário, mas ficar em casa assistindo e dizendo está tudo lindo, não vai mudar nada.

E eu pergunto no dia de hoje, você é instrumento de Deus?! Quer ser exemplo de outros Santos? Quer ser discípulo de Jesus, vá e coloque em prática, o que diz na bíblia esse fruto deu 100 por 1.

Deus acolhe todos nós, pois todos são iguais diante de Deus. E vocês irmãos que já estão na Casa do pai, acolhem os irmãos que querem se doar?!  Dão espaço para que outros possam sentir essa benção de seguir Jesus?

Catequistas acompanhem seus catequizandos, não como catequistas, mas como amigos, pais, colegas de escola. Aproximem-se, pois as pessoas precisam de calor humano uma das outras, seja a família dele. Vejam como é difícil conversar e chamar a atenção de pessoas que não conhecemos.

Busque conhecimento, para depois exigir deles que façam o mesmo, venham a missa e sejam exemplos de vida!

Seminaristas, sejam a boa nova dessa Igreja que tanto necessita de pessoas que amem como Cristo, mas saibam que o mundo vive em constante mudanças, e é preciso se adaptar, não para seguir o que o mundo quer, mas conquistar a confiança para mostrar que as mudanças podem ocorrer, mas que Deus ainda existe e ele não muda!

Juntos, agora vamos de mãos dadas louvar ao nosso Deus com a oração de

São Francisco, para que nos de força e esse exemplo:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.


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Um Cristianismo para o século XXI

Robson Cavalcanti

Teólogo e Leigo Católico

 

Olá amigos! Paz de Cristo!

Diante da mudança de época da qual nos encontramos, acredito que seja possível pensar em um Deus que independa de Religião, pois Deus é mistério e se manifesta de uma forma que foge a nossa razão. No AT temos diversos relatos da manifestação de Deus em momentos inusitados e em povos diferentes. No NT Paulo falou no Aerópago de Deus ao um povo que somente tinha um altar ao “Deus desconhecido”. A partir dai, podemos entender que Deus é universal, manifestando ao seu modo aos povos e a toda criação. Neste sentido, o Cristianismo do século XXI necessita considerar esta dimensão, para que não caia na tentação de pregar um Deus exclusivista, um Deus meramente Cristão, fechado e enquadrado a uma religião só, diferente do apresentado na Bíblia. A História do Povo de Deus e do Cristianismo do primeiro século é marcada pela compreensão de que o mesmo Deus de Abraão, Isaac e Jacó é o mesmo Deus dos profetas e o mesmo Deus de Jesus. O Cristianismo do século XXI precisa estar em constante conversão, buscando ser cada vez mais fiel a Jesus Cristo e aos seus ensinamentos de abertura ao próximo. O Catolicismo Romano, por exemplo, perdeu um pouco desta essência evangélica, se romanizou, se burocratizou. Porém hoje temos o Papa Francisco que está tentando retomar esta perspectiva cristã evangélica, mais pé no chão, mais contextual, menos abstrata, mais simples, mais pobre, menos burocrática. Jesus era um criador de pontes. No seu tempo, Ele escandalizou a muitos com suas atitudes de pluralismo religioso e ecumênicas, ao enviar discípulos a todas as nações até os confins da terra, falando com pessoa de outros povos (a Cananéia e a Samaritana), enfatizou que o próximo é de quem me aproximo (o “bom samaritano”). Jesus orou a Deus pedindo para que sejamos um para que o mundo creia Jesus é de fato o enviado do Pai. Ou seja, Ele quer nosso testemunho de unidade! Paulo aos Gálatas também nos mostrou que em Cristo não há diferenças étnicas, de raça, cor, gênero e sexo.(Gl. 3.26-29). Mateus nos ensina onde encontrar Jesus: Nos oprimidos, nos pequeninos e principalmente na caridade. (MT 25).

Portanto, é possível ver a luz da Bíblia, que toda essa atitude universal ecumênica está dentro da lógica do Reino de Deus, pela vontade de Deus! Deus quer o amor, a misericórdia, a paz e a unidade entre a sua criação, principalmente entre aqueles que professam e o adoram. Dentro do campo teológico temos várias perspectivas com vários pontos de partida, desde uma abordagem mais centrada em Deus (Teocêntrica), outra mais centrada em Jesus Cristo (Cristocêntrica) e por ai vai. Porém a partir do século XX e neste século XXI, estamos sendo chamados a considerar a perspectiva a partir do Reino de Deus (Reinocêntrica). Esta abordagem ajudará cada vez mais a humanidade a amar toda criação de Deus e não limitar este Reino somente a Cristãos, mas sim a todos os filhos de Deus que ele ama muito.

Que nos deixemos tocar por esta perspectiva, vontade de Deus expressa nos evangelhos.

Fiquem com Deus!

 


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Em espírito e em verdade! Uma reflexão sobre o ambiente celebrativo

Robson Cavalcanti
Teólogo e Leigo Católico

Continuando na mesma linha do post anterior: Duas eclesiologias em permanente tensão onde falei sobre as duas concepções de modelo de ser Igreja, agora pretendo falar mais especificamente do ambiente celebrativo.
Na comunidade local que participo, o edifício que abriga a Igreja é utilizado para várias outras atividades, gerando desconforto e incompreensão por parte daquelas pessoas confundidas pelos dois modelos (Capela, Paróquia x CEBs). Como conseqüência, as pessoas acabam desacreditando que este lugar pode ser chamado de Igreja, acham que Igreja são somente edifícios com arquitetura religiosa como as paróquias e capelas, chegam a questionar e comentar que poderia existir somente a paróquia, enfim, falta-lhes formação, vivencia comunitária. São os cristãos católicos “não praticantes.” Entre os “católicos praticantes” o debate está mais voltado para o uso do edifício, do ambiente, dos objetos e móveis das CEBs em outras atividades fora do momento da celebração e da missa.
Por isso, apresento agora um resumido estudo sobre o espaço sagrado a fim de esclarecer estas incompreensões e diminuir os debates e tensões.

Onde podemos cultuar Deus?

Antes de qualquer coisa precisamos recordar que os lugares sagrados fazem parte da trajetória do Povo de Deus no seu amadurecimento da fé e espiritualidade. Eles são considerados sagrados por causa de uma experiência de Deus, algo especial da parte de Deus que aconteceu ali. Como exemplo, podemos citar Noé após o dilúvio (Gn 8), Moisés no monte Horebe (Ex 3) e Jesus no monte da transfiguração (Mc 9).
Na trajetória do povo de Deus, temos depois das teofanias (os lugares da manifestação de Deus citadas anteriormente) a construção do Tabernáculo, lugar muito parecido com as casas que o povo morava e que abrigava a Arca da Aliança, o santo dos santos, ou seja, o próprio Deus Javé (Yaweh).O tabernáculo acompanhava o povo de Deus que era nômade por toda parte no seu peregrinar até a terra prometida.
Quando chegaram a Canaã, o povo se instala definitivamente, se tornando sedentários. Neste período do qual Salomão foi Rei, decidem construir o Templo (1Rs 5) em Jerusalém, que era um lugar de referência religiosa, política e econômica.
Por volta de 600 anos antes de Cristo, o templo foi destruído pelos babilônios, reedificado por Neemias em meados de 518 a.C, e por Herodes entre 19 a.C a 64 d.C. Nos anos 70 d.C foi incendiado e arrasado pelo general romano Tito. Atualmente o sob o lugar está construído uma mesquita Islâmica.
Com a destruição do templo o povo de Deus que voltou do exílio da babilônia ficou perdido com relação a sua religiosidade, pois o templo garantia a tradição da religião, a transmissão e a celebração da fé, a oração. Esses fatores motivaram a constituição das sinagogas, que eram construções inspiradas no templo, que só não realizava os sacrifícios. Jesus e os apóstolos judeus freqüentaram a sinagogas (At 17).
A instituição da Eucaristia se deu em outro ambiente, chamado Cenáculo (um ambiente destinado às refeições familiares). Então surge uma nova prática: no sábado na sinagoga a comunidade estava reunida para a liturgia da palavra e no domingo no cenáculo para a liturgia da mesa, ou seja, para a Comunhão Eucaristia. Mais tarde a comunidade cristã foi expulsa e excomungada da sinagoga judaica, passando a celebrar a liturgia da palavra e da mesa nas casas/cenáculo. Essas eram conhecidas como casas igrejas, a comunidade de fé que se reúne em salas das casas.
Para os cristãos, não era mais o templo lugar da habitação da divindade, mas a própria comunidade dos fiéis, que agora é entendida como lugar espiritual onde Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo se faz presente onde quer que ela esteja, ou seja, a verdadeira Igreja.
Não podemos esquecer que o ministério de Jesus se deu em espaços públicos, como o mar, beira dos lagos, planícies e montanhas (Mt 5), nos caminhos (Lc 24), jardinse hortos (Lc 22), nas ruas e cidades (Lc 19), constituindo também como um lugar sagrado. As prisões foram lugares da ação de Deus e da Igreja quando abrigou alguns dos apóstolos, inclusive Pedro e João.
Com a perseguição dos cristãos pelos imperadores, as Catacumbas ganharam importância como lugar de cultuar a Deus. Um lugar seguro, pois as pessoas temiam este tipo de local na crença da época.
A partir do século IV, onde o cristianismo é religião oficial do império, as basílicas e catedrais tomam lugar na realidade do cristianismo. As casas já não caiam as massas de gente que agora eram “obrigadas a professar a fé cristã” para estar bem com o Rei. A partir do modelo de tribunal romano, elas agora são ocupadas pelos cristãos. A cátedra que antes era designada ao magistrado agora é usada para quem preside a liturgia. O termo catedral designa a igreja principal de uma diocese, onde se encontra o Bispo.
Sobre a arquitetura do espaço, vale lembrar que a disposição dos móveis e a função dos utensílios podem transmitir a linguagem evangélica do espaço que pode conter os aspectos: celebrativo, educativo, de encarnação do evangelho na vida, espiritual e estético-poético.

O principal: Adorar em Espírito e em Verdade!

Enfim, retomando nossa questão primeira, sobre esclarecer incompreensões e diminuir tensões, acredito que fica claro a partir de agora como o povo de Deus compreendeu o Espaço Sagrado ao longo do tempo. Portanto, não podemos condenar um ou outro modelo. Todos foram igualmente reconhecidos como espaços da manifestação de Deus no meio de nós.
Contudo, a partir destas colocações, poderíamos considerar que a “Casa” onde celebramos a liturgia todos os domingos, é a que mais representa a real igreja de Jesus Cristo, a casa cenáculo. Primeiro por ser enquanto edifício uma casa e segundo porque a Igreja é o Povo de Deus reunido em nome de Jesus Cristo.
À luz dos ensinamentos e da prática de Jesus (Jo 4 20-23), o espaço sagrado não depende da forma do edifício, do formato, de como está pintada ou como estão dispostos os bancos a mesa, etc. O mais importante de tudo, a compreensão e a atitude principal é esta: Adorar a Santíssima Trindade em Espírito e em Verdade!
Considerando o dito de Jesus de que “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (MT 18.20), temos a fundamentação mais autêntica da igreja cristã: A Igreja não é edifício, não é banco nem mesa, mas o povo reunido em nome de Jesus Cristo.

Referências:
RAMOS, Luiz Carlos. Em espírito em em verdade:curso prático de liturgia. São Bernardo do Campo: Editeo, 2008 144 p.